sábado, 26 de setembro de 2009

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei-de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, Estoril, Outubro de 1939



1 comentário:

Anónimo disse...

E será que a vida inteira chega para tanto?

Um beijo enorme para a Sininho da minha VIDA!

Peter Pan