segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Compus para si e chamei-lhe Vagamundo..."


"Vagamundo"

Já disse adeus
a tanta terra, a tanta gente.
Nunca senti meu coração tão magoado,
inquieto,
por saber,
que o tempo vai passar
e tu vais esquecer o nosso Fado.
Partida, cada vez mais sombria,
cansada...
São nuvens negras
em céu azul.
São ondas de naufrágio
em mar fundo.
No meu deserto não vejo abrigo,
sem ter um amor neste mundo.
Mas se eu voltar e, como penso, me esqueceste,
troco por outro
coração amargurado.
Tentarei não fazer mais castelos no ar
e nunca mais viver
um outro Fado.

Letra: Luís de Macedo
Música: Alain Oulman
Por: Amália

Porque nunca é tarde para homenagear o "marinheiro, que estando triste cantava" e a paixão pelos livros, pela música e por Amália que, com ele, partilho. Alain Oulman, o poeta e músico a quem todos deveriam estar gratos por ter levado Luís de Camões, David Mourão Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre às pautas da guitarra portuguesa e à Voz de Amália Rodrigues. Este foi o fado com que assumiu a paixão pela Diva, testemunhado pelas águas da foz do Lisandro em 1962.

AP

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