segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Those were the best days of my life..."

A noite cai, mas o calor permanece. O de hoje e o de outros tempos. Aqueles em que quem entrou na noite, o fez com a absoluta certeza de que iria ficar. E ficou!
Hoje é o dia de celebrar e eternizar a noite de quem se vai reencontrando incessantemente no 'plateau' da vida, com a coragem de olhar nos olhos saudosos do outro e encarar sem receios os melhores tempos desta vida.
Aqui não existem púlpitos nem tribunas onde são proferidas palavras mastigadas, discursos cozinhados ou danças de conveniência. Existem sim abraços sinceros que não deixam que a noite arrefeça, e sorrisos emocionados de orgulho por termos ficado. E ficámos, porque estamos.
A música sobe e enche-me o peito. Sinto-a como oxigénio para os pulmões e hemoglobina para o sangue. Recordam-se episódios intensos e eternos que foram dançados ao som desta mesma música. Nas 'colinas' de Lisboa, pelas velhas planícies alentejanas, à sombra do sol de 'Lacóbriga' ou até mesmo sob as 'luzes' de Paris. Que importa? O cheiro da terra molhada ainda é o mesmo, não é? As lágrimas que caem é que poderão descer de outras nuvens. Daquelas que outrora despiram o impermeável para absorver e secar as lágrimas alheias, mas tão suas. A partilha é a mesma: única em cada dia, em cada noite, em cada suspiro. Afinal, o tempo não é ladrão. Porque passamos, então, as nossas horas a pedir-lhe que nos devolva o que já foi? O tempo é hoje, aqui e agora.
O céu pinta-se de um azul amedrontado que quer ser laranja e, quem sabe, amarelo. Vénus ergue-se no horizonte nascente, anunciando a manhã de Verão que jorra do ventre do infinito. Da varanda, apenas o Tejo e o calor de quem nunca parte. É neste tempo que quero estar para sempre. Porque, afinal, estes continuam a ser os melhores tempos desta vida.

AP

Ao Bola, ao Laminas, ao Paulo Lopes e à Raquel.

2 comentários:

Bruno Mendonça disse...

"Os velhos amigos são os melhores. O rei Jaime sempre quis os seus velhos sapatos; eram mais cómodos nos seus pés"


obrigado meu anjo

Ricardo disse...

Que saudades de te ler... Abençoada a estrela que te iluminou e te fez perceber que tinhas que partilhar a grandeza dessa alma que trazes contigo.

Um beijo,

RSL